02/04/2010

Ser transparente

Ser transparente é permitir que toda a nossa doçura aflore, desabroche, transborde.
Mas, infelizmente, quase sempre, a maioria de nós decide não correr esse risco. Preferimos a dureza da razão à leveza que exporia toda a fragilidade humana. Preferimos o “nó na garganta” às lágrimas que brotam do mais profundo de nosso ser. Preferimos perder-nos numa busca insana por respostas imediatas a simplesmente admitir que não sabemos, que temos medo! Por mais doloroso que seja ter de construir uma ‘máscara’ que nos distancia cada vez mais de quem realmente somos, preferimos assim: manter uma imagem que nos dê a sensação de proteção. E assim vamo-nos afogando mais e mais em falsas palavras, em falsas atitudes, em falsos sentimentos. Não porque sejamos pessoas mentirosas! Mas porque, como folhas secas, nos perdemos de nós mesmos e já não sabemos onde está nossa brandura, nosso amor mais intenso e não-contaminado.
Com o passar dos anos, um vazio frio e escuro nos faz perceber que já não sabemos dar nem pedir o que de mais precioso temos a compartilhar.
Doçura, compaixão, compreensão.
Num silêncio que nos remete à saudade de “nós mesmos”, daquilo que pulsa e grita dentro de nós, mas que não temos coragem de mostrar àqueles que mais amamos! Porque, infelizmente, aprendemos que é melhor revidar, descontar, agredir, acusar, criticar e julgar do que simplesmente dizer: "estás a magoar-me. podes parar, sff?!"
Porque aprendemos que dizer isso é ser fraco, é ser menos do que o outro. Quando, na verdade, se agíssemos deixando que a nossa razão ouvisse também o nosso coração, poderíamos evitar tanta dor!
Não devemos ter medo dos confrontos. Mas sugiro que deixemos explodir toda a nossa doçura! Que consigamos não prender o choro, não conter a gargalhada, não esconder tanto o nosso medo, não desejar parecer tão invencíveis. Que consigamos tentar não controlar tanto, responder tanto, competir tanto.
“AMA, simplesmente, AMA!"
A beleza sem amor faz-nos fúteis.
A inteligência sem amor faz-nos perversos.
A justiça sem amor faz-nos implacáveis.
O êxito sem amor faz-nos arrogantes.
A pobreza sem amor faz-nos orgulhosos.
A lei sem amor oprime-nos.
A política sem amor deixa-nos egoístas.
E quando, não encontramos as palavras adequadas para expressar o que sentimos; seja por timidez ou porque os sentimentos nos avassalam, nesses casos podemos contar com o idioma dos abraços.
A vida sem amor... não tem qualquer sentido!
Lembrem-se que a vida é tão curta e a tarefa de vive-la é tão difícil que quando começamos a aprende-la, já é hora de partir. Sigam na certeza de que TUDO PASSA! Que consigam docemente viver, sentir, AMAR! Ser Transparentes!
Deves seguir sempre em frente, rumo à eternidade, sempre transparente, porque tudo passa, mas tu és eterno! *.*

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